A partir de um recorte interseccional e também pessoal, o autor Rafael Porto Francisco, traz, neste artigo, um verdadeiro manifesto a respeito da questão do racismo que atravessa os corpos, os afetos, a história, as lutas, a produção intelectual das pessoas negras (usa-se aqui o termo "negros", pois é o termo mais usado pelo autor ao longo do texto).
Abordando temas como democracia racial, genocídio simbólico, criminalização de práticas e cultura, bem como dinâmicas de enfrentamento, o autor mostra como o papel do negro na sociedade é dado e delimitado por uma visão europeia, branca e eminentemente racista. A solidão das pessoas negras não é uma opção, e sim fruto de constantes processos de anulação e apagamento.
A fetichização do corpo negro decorre de sua desumanização, que sufoca questões individuais da pessoa negra. Disso decorre que o negro é negro ou gay. É negro ou pensador. É negro ou tem direito de fazer escolhas. Ao negro só é permitido acumular apagamentos, como ser negro e gay, negro e mulher, negro e favelado.
Sem implorar afetos, nem aceitar o embranquecimento do discurso para que seja ouvido, o autor aponta como é brutal a diferença na produção de conhecimento entre pessoas negras e brancas, propondo soluções para reafirmar um pensamento negro que subverta a lógica acadêmica vigente.
“É fundamental repensar a história ocultada, a violência diária e os não-lugares que os negros ocupam atualmente, porém isso só seria possível se o negro passasse de objeto para sujeito, pois nesta condição ele teria fala, questionaria e transgrediria a lógica racista pré-estabelecida há séculos.” (O AUTOR)
O artigo “A Solidão do Gay Preto” faz parte da obra “Gênero, Sexualidade e Direito: uma introdução”, que você encontra em: https://amzn.to/30uvlSc.
Veja aqui outros artigos que tratam de temas antirracistas, relacionados às vivências e lutas da população negra: https://www.initiavia.com/gratuitos.
Comments